Hoje, saí do confinamento para passear o cão.
Os trabalhos agrícolas não podem parar, sob risco de se perder todo um ano de esforço. As pessoas que trabalham o campo não têm outras fontes de rendimento. A Primavera é um período particularmente crítico para a viticultura. Exige muita atenção, cuidados e trabalho, para o crescimento saudável das plantas.
Daqui do campo, subscrevo o notável artigo do Fernando Sobrinho no Observador.
https://observador.pt/opiniao/so-eu-sei-porque-nao-fico-em-casa/
“O meu motivo para não ficar em casa, em meia quarentena, foi só um: não queria ver aqueles 60 pares de olhos “irresponsáveis” focados no chão da fábrica – e por isso adiei o momento até ao limite.”
“Mas pede-se mais a estes puxadores de carroça, ou “contribuintes” como alguns os designam. Pede-se-lhes que compreendam que a maioria dos deputados pode ser dispensada sem penalidade salarial; que reconheçam que os empregos públicos são mais úteis do que os seus e por isso não podem ser extintos; que agradeçam os gastos na arte e na cultura, pois eles são para o seu enriquecimento e não, como às vezes parece, um pretexto para os roubar enquanto se riem nas suas caras; pede-se-lhes enfim, que aceitem o imposto como um preço a pagar por viverem numa sociedade civilizada. Claro que seria desejável que, no montante colectado, estivesse incluída uma ética exemplar por parte dos servidores públicos, ou, mais realisticamente, um pouco de vergonha, mas isso não faz parte das prioridades de quem superintende aos destinos do país.
Tudo motivos bons para os verdadeiros contribuintes não ficarem em casa e ousarem manifestar o seu descontentamento. Pode ser que tal venha a ocorrer nas próximas eleições ou quando a pandemia viral estiver resolvida, o que ocorrer primeiro.”
Voltando ao passeio do cão (o Leo) pela quinta do Bragão:
Voltando a Vilarinho, a Balú a olhar para a Glicínia (florida nesta época do ano):