Mozart, Mahler e Mozart… e Bach, Beethoven, Schubert, Mendelssohn, Tchaikovsky, Dvorak et al…

By | April 30, 2020

Os 10 álbuns que mais influenciaram o meu gosto musical, 1 por dia. #10 (Ideia do Helder Ferreira no facebook)

Acho que levei isto demasiado a sério.
Tenho passado uns excelentes serões a compilar estas coisas e a reavivar boas memórias. Se para mais não prestar, serviu para isto. Há piores formas de passar o tempo de confinamento aqui no Douro.
As playlists estão feitas, vou continuar a ouvi-las. Ainda bem que temos o Spotify.

Então aqui vão as escolhas do último dia:

Piano Concerto n.21, Mozart; e depois … Mahler e…

O Piano Concerto n.21, Mozart foi o primeiro disco de música clássica que comprei, ainda adolescente, em 1975. Já lhe perdi o rasto. Comprei outros discos de música clássica, não muitos, creio que o último de vinil foi um com Das Lied Von Der Erde de Mahler, quando vivia em Madrid.
Mas foi com este disco, sobretudo o concerto n. 21, que curiosamente marca o início do romântico, que me iniciei como aprendiz de melómano clássico.

https://open.spotify.com/playlist/3SFiXM84ebqtRRxaB7KzE0

Na época dos CDs, na segunda metade dos anos ’80, fui enchendo a minha colecção de música clássica de forma mais estruturada. De Mozart, recuei a Bach, Handel e Vivaldi. Avancei para Schubert, Beethoven, até Mahler, com outros pelo caminho. Mais tarde, creio que em ’89 ou ’90 tornei-me assinante da excepcional revista Classic CD (acabou por fechar ao em 2000) com a qual culitivei o meu gosto musical.
Cada número da revista trazia um CD com extractos dos discos publicados nesse mês, e com a opinião dos críticos. Por vezes comparava diversas versões da mesma peça. Foi a minha escola de melomania.

Então vou fazer batota.
2ª sinfonia de Mahler por Gilbert Kaplan. Além do primeiro disco, vou colocar um dos que mais me marcaram, já com o gosto mais formado (educado?) – a sinfonia nº2 de Mahler, por Gilbert Kaplan com a LSO.

A 2ª sinfonia de Mahler é uma das mais brilhantes obras sinfónicas de sempre. Insuperável, a par das grandes de Beethoven e de outras de Mahler (1ª, 3ª, 4ª…, pronto a minha queda por Mahler fica revelada).
Mas esta versão de Kaplan tem uma história que a tornou especial para mim. Kaplan era um financeiro de Wall Street, fundou uma revista para investidor que mais tarde vendeu e realizou o seu sonho – conduzir uma orquestra numa obra de Mahler, das mais complexas obras sinfónicas de sempre. E ele não tinha formação musical. Não só o conseguiu, como a gravação que realizou foi considerada uma das melhores de sempre!Teve aulas de condução de orquestra durante alguns anos, com maestro de nomeada e usou uma parte da sua fortuna para alugar uma sala de espectáculos e uma orquestra para praticar. No primeiro espectáculo público que deu, em ’82, a orquestra exigiu que os crítico não publicassem nada sobre o evento. Um deles violou o acordo e publicou uma crítica positiva. A partir daí realizou mais de 100 performances, nomeadamente com a London Symphony Orchestra e com a Wiener Philharmoniker, sempre da sinfonia nº 2 de Mahler. Foi com a LSO que realizou esta gravação, em 1987. https://open.spotify.com/album/2x0G5an2e1v3VHfV8X4kpN

Se esta gravação foi unanimemente apreciada pela crítica, as suas performances ao vivo nem sempre colheram a apreciação dos críticos; muitos diziam que usava mais a memória que a espontaneidade e a sensibilidade musical. Conseguiu obter o manuscrito original de Mahler com as notas de condução desta sinfonia, que estudou detalhadamente, que mais tarde vedneu, depois de publicar uma cópia que é considerada um trabalho notável de recuperação.
Foi um dos grandes promotores da obra de Mahler, através da sua Fundação Kaplan.

Mozart: Le Nozze di Figaro e Don Giovanni

Também seria absolutamente impossível deixar de fora as sublimes óperas de Mozar, que são o que existe de mais perto da perfeição que eu conheço. Sobretudo as duas grandes Bodas de Figaro e Don Giovanni; e também Cosi Fan Tutti e A Flauta Mágica… A escolher uma teria de escolher as duas primeiras, com Bryn Terfel no papel principal. Recordo os bons tempos dos anos ’90, em que o São Carlos trouxe o ciclo das operas de Mozart com os English Baroque Soloists de John Eliot Gardiner e fiquei fan de Bryn Terfel, então ainda uma jovem estrela em ascensão.
https://open.spotify.com/playlist/1sbnQobRtCFiMyxHkjX4LU

Deixo uma playlist com alguns trechos de música clássica, que percorre os vários períodos do “clássico”, começando no Barroco, passando pelo Clássico, várias fases do Romântico e termina no Moderno. De uma certa forma, é uma viagem quase cronológica, pelo período áureo do “clássico”, que ilustra a evolução dos estilos musicais. Está longe de ser completa e representativa. Insisti mais nalguns compositores, menos noutros, e ainda alguns importantes ficaram de fora. Nem sempre seleccionei as obras mais conhecidas de cada compositor. Mas todas elas estão entre as que mais aprecio, embora faltem muitas das minhas favoritas (sobretudo de Mozart Beethoven, Mahler). Evitei trechos muito longos. Quem tiver a pachorra de percorrer a lista, pode facilmente explorar em maior profundidade estas obras e outras do mesmo compositor – o spotify torna isso muito fácil.
Procurei colocar boas interpretações de cada obra (estou impressionado com o vasto reportório existente no spotify).
https://open.spotify.com/playlist/2esGLVnag2tBhI6mKwtvDD?si=RqZcXrfYR1qCGAl39aPRnQ