Tive a honra de ser convidado pelo Instituto +Liberdade para apresentar o livro “Em Defesa do Capitalismo”, de Rainer Zitelmann no Palácio da Bolsa, no Porto, em 2022-11-02.
Recomendo vivamente o livro, pois apresenta uma brilhante defesa da economia de mercado contra os mitos do “anticapitalismo” que predominam na nossa opinião pública e publicada.
Deixo aqui o orincipal do índice do livro, com os 10 principais mitos, que a obra desfaz de forma contundente e extensamente documentada:
A. Os 10 Maiores Mitos Anticapitalistas
1. O capitalismo é responsável pela fome e pela pobreza
2. O capitalismo conduz a uma desigualdade crescente
3. O capitalismo é responsável pela destruição do ambiente e pelas alterações climáticas.
4. O capitalismo provoca sucessivas crises económicas e financeiras.
5. O capitalismo é dominado pelos ricos; são eles que ditam a agenda política.
6. O capitalismo leva a monopólios.
7. O capitalismo promove o egoísmo e a ganância.
8. O capitalismo incita as pessoas a comprar produtos de que não precisam.
9. O capitalismo conduz a guerras.
10. O capitalismo significa que há sempre o perigo do fascismo.
B. Alternativas Anticapitalistas
O socialismo é muito bonito no papel (excepto nos livros de história).
O livro inclui também um interessantíssimo e profundo inquérito conduzido em diversos países sobre as percepções das opiniões públicas a respeito do capitalismo em Portugal, resto da Europa, EUA, América do Sul e Ásia.
Não será surpresa para ninguém que a nossa opinião pública tem uma percepção desfavorável à economia de mercado, que se agrava quando se usa o termo “capitalismo”. Isto é baseado em desinformação, pois as percepções estão desalinhadas com os dados factuais, o que se revela nas respostas.
Conhecer o autor, Rainer Zitelmann foi uma revelação, pois normalmente os autores de cultura anglo saxónica dominam as nossas bibliotecas sobre estes temas.
Documentário “Life Behind the Berlin Wall”
Rainer indicou-me um documentário que fez recentemente – “Life Behind the Berlin Wall”.
Mostra, de forma excepcional, o contraste entre a prosperidade de Berlim Ocidental, capitalista e a miséria da parte Oriental, comunista. Não só a nível económico, mas também ambiental, e em muitos outros aspectos fundamentais para a qualidade de vida.
Não há melhor prova dos resultados do capitalismo (ou economia de mercado, como lhe costumamos chamar) comparados com os do socialismo (ou economia planificada).
Este documentário lembrou-me uma história que o meu amigo Tim Zhou me contou há cerca de 15 anos. Tim é engenheiro de telecomunicações, formado na Universidade de Shanghai e, à época, era General Manager do escritório de Beijing da minha empresa, Altitude Software.
No final dos anos ’80, Tim trabalhava num projecto do estado chinês e foi fazer um programa de formação à Siemens, em Munique, durante uns meses, com um grupo de seus colegas chineses. Nunca tinham saído da China e o que conheciam do mundo exterior era filtrado pela propaganda do Partido Comunista Chinês. A prosperidade que viram em Munique fascinou-os. Pensaram, entre eles, que os chineses eram, por natureza, pobres e os alemães, também por natureza, ricos.
Durante a sua estadia em Munique, ao abrigo da cooperação comunista internacional, foram convidados a visitar a Alemanha de Leste. Foi a pior medida de propaganda que os comunistas poderiam ter feito.
A diferença entre as duas Alemanhas, apesar de a visita ter sido realizada com guias oficiais, marcou-os profundamente. Os automóveis, as casas, as lojas, a qualidade de vida em geral, mostraram um contraste indisfarsável.
Conclusão, vieram de lá convencidos que a China não era pobre por causas naturais, mas por causa do comunismo.