Muitos conservadores radicais usam e abusam de hipérboles linguísticas — Assassínio, para designar o suicídio assistido; eutanásia decidida pelo Estado, para designar a eutanásia a pedido de um paciente terminal. Assassínio de recém-nascido, para designar aborto de um embrião, ou ivg.
Chamo-lhes conservadores radicais porque reduzem tudo a postulados absolutos, ignorando que, na vida real, temos de lidar com dilemas morais, que por vezes nos obrigam a pesar dois pratos da balança, que estão em conflito. E, por vezes, também nos obriga a definir prioridades, em vista dos resultados prácticos, para além de posições teóricas/ morais. È este o princípio do pensamento crítico, por oposição ao dogmático.
Independentemente do tema em questão, estes radicais exageram a situação, para criarem um efeito de choque. Muitas vezes, fazem uma caricatura de uma situação e criticam a caricatura que eles próprios criaram.
Estas falácias argumentativas são muito usadas pelos radicais de todas as cores. Os de esquerda também, sendo o BE um dos que mais abusa nestas questões. Os “alarmistas climáticos” radicais que querem acabar com o capitalismo, são outro exemplo. Todos os radicais usam hipérboles para inquinar o debate, que na realidade não querem ter, pois apenas querem afirmar o seu dogma.
A IL tem dentro de si membros e simpatizantes com posições diversas sobre temas “fracturantes”. Temos em comum acreditar no primado do indivíduo (a minoria relevante, face ao colectivismo) e da sua liberdade e o pensarmos que há questões e dilemas morais que devem ser deixadas à consciência de cada um.
Devido a esta posição moderada, a IL tem sido alvo de muitos ataques de conservadores radicais, que usam aquela linguagem hiperbólica e outras falácias argumentativas para convencer as pessoas (e, talvez, se convencerem a eles mesmo) que quem não pensa como eles está alinhado com os progressistas, os radicais do BE, etc., nada distinguindo um dos outros.
A IL não deve cair no logro de entrar num debate falacioso em que as regras são estabelecidas por estes radicais.
Antes de entrarmos num debate, seria extremamente útil acordarmos nas regras. Uma delas, seria não aceitar as falácias argumentativas, de que dei alguns exemplos. Mas há muitas mais falácias, esta lista é interessante.